O jeitinho Siciliano de viver
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O jeitinho Siciliano de viver

Chegamos na Sicília de trem, vindo de Nápoles. Nunca tinha visto um trem entrar dentro da balsa para atravessar o oceano.

A travessia dura cerca de 25 minutos, mas a preparação para dividir as carroças do trem e colocá-lo na balsa são mais uns 30 minutos. Logo pensamos que seria mais fácil construir uma ponte, afinal há bastante movimento neste percurso. Mas conversando com os italianos vimos que a Itália tem mais semelhança com o Brasil do que pensávamos. O projeto da ponte existe e exige um orçamento caríssimo para ser construída. Há também uma briga política entre os que são a favor e os que são contra. Em época de eleições o assunto vem como promessas e depois cai no esquecimento. Bom, conhecemos esse filme. Pelo menos é possível descer do trem e acompanhar a travessia da balsa com uma bela vista do mar.

Sabe aquelas coisas que sempre escutamos da Itália, do tipo comida boa, pessoas muito simpáticas, doces deliciosos, lugares incríveis na sua costa etc.. Na Sicília tudo isso é ainda melhor, somado ao charme particular da ilha e a facilidade de se locomover, uma vez que as distâncias entre as cidades não são tão grandes. É possível andar de trem ou alugar um carro.

A Sicília tem muitos lugares incríveis para conhecer, mas não conseguimos visitar todos. Com certeza voltaremos para passar no mínimo 10 dias. Dessa vez fomos a Messina e a Taormina. Outros lugares incríveis que ouvimos falar mas não tivemos tempo para conhecer são Siracusa, Palermo, Catânia, o passeio pelo Etna e as ilhas Aeolian.

Ficamos em Messina na casa de minha tia-avó que mora aqui. Passear com meus primos e estar na companhia de toda família italiana foi carregar todas as energias para a viagem que até agora só tem 3 meses. É muito bom se sentir em casa por alguns dias!

Messina é uma cidade movimentada e muito gostosa. É a terceira maior cidade da ilha, hoje com uma população de aproximadamente 300 mil habitantes. Fundada em 664 a.C. com o nome grego de Zancle, que significa foice devido à forma da península que cercava o porto ao ser invadida no ano de 493 por numerosos messenos, a cidade passou a se chamar Messána ou Messpiatacuenpiatto, e posteriormente foi denominada Messina.

A cidade é considerada a porta da Sicília. Por aqui passam inúmeros passageiros que chegam e saem da Sicília através do porto no estreito que liga a ilha ao continente na Calábria. Grandes linhas de cruzeiros também passam por aqui.

Taormina é um pequeno paraíso siciliano. Ficamos 2 dias na cidade e nos hospedamos em um charmoso hotel em frente a Isola Bella, na praia de Taormina. Foi perfeito para relaxar e curtir o mar. É possível caminhar facilmente até a pequena ilha que anteriormente era uma propriedade privada, mas hoje pertence ao governo. Na ilha há um pequeno e singelo museu e um terraço com uma vista linda do mar de águas calmas e transparentes.

O centro da cidade de Taormina fica na parte de cima das montanhas. Tem restaurantes, cafés e lojas variadas. Mas a atração principal da cidade é seu Teatro Grego. Seu palco tem o cenário natural mais incrível que eu já vi. Uma vista deslumbrante do mar, da cidade e, quando o tempo não está muito nublado, é possível também ver o vulcão Etna. O teatro foi construído no século III AC e modificado pelos romanos. Foi palco de diversos filmes como “Grande Grosso e Verdone” de Carlo Verdone e “Mighty Aphrodite” de Woody Allen. Até hoje são realizados importantes shows e concertos no local.

A Sicília e a Itália em geral têm muitas semelhanças com o Brasil. O povo é bastante simpático e hospitaleiro, não são todos que falam inglês mas sempre dão um jeito de se comunicar e ajudar. Tem lugares incríveis para se visitar. Há um descontentamento geral com o governo, principalmente com a demora por soluções para atender as necessidades da população. A justiça é lenta: 10, 20 anos esperando o julgamento de uma causa. Nas grandes cidades o trânsito é mais intenso, com maior trafego de veículos. E a forma de dirigir é parecida com a loucura de São Paulo. Só que aqui eles são mais ousados. Me surpreendi com a forma com que eles param ou melhor largam os carros na rua. Faixa? Calçada? Para que? Deixam o carro da forma que for mais conveniente. Falam para o guarda: “São só 5 minutos!” Daquele jeitinho que todo brasileiro conhece muito bem.

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