Europa

Lavage de la Madeleine

Trio elétrico, batucada, baianas dançando, poderia ser em Salvador, mas estávamos em Paris! Chegamos na cidade durante a semana que ocorre a “Lavage de la Madeleine”. Há 13 anos realizada em Paris, é uma reconstrução da tradicional lavagem das escadas na Igreja de Nosso Senhor do Bonfim, que acontece em Salvador na Bahia.

Secret Cinema em Londres: de volta para o futuro

Já pensou em fazer um passeio que pudesse viajar no tempo? Fomos para Hill Valey em 1955, uma cidadezinha na Califórnia, onde moram os famosos Dr. Emmet Brown e seu amigo Martin McFly.

Mar de lixo ou Carnaval de Notting Hill

Chegamos em Londres no meio de um feriado em que estava ocorrendo o Carnaval de Notting Hill, a maior festa de rua da Europa. Muita gente andando pelas ruas de roupas coloridas e principalmente carregando cerveja e cigarros diversos. O evento reúne mais de 1 milhão de pessoas durante todo o final de semana. Resolvemos então ir conferir a tal festa.

A festa de Carnaval de origens caribenhas acontece anualmente por todo o bairro de Notting Hill. Suas ruas ficam repletas de gente, sendo difícil até de se locomover. Em cada rua você encontra algum tipo de música, uma banda, um DJ ou até um trio elétrico passando. Mesmo fantasias e carros alegóricos (com muito menos glamour que os do Brasil) é possível encontrar. Algumas pessoas vão fantasiadas, outras somente com adereços coloridos ou com uma maquiagem exótica. E o que o pessoal faz numa festa de rua? Bebem e fumam muito (o que é muito comum na Europa). Além disso, o cheiro de haxixe predominava nas ruas por onde passávamos.

As pessoas costumam levar suas sacolas de cerveja, nem se importando por não estarem geladas. Há também bares improvisados por todo o local. Alguns transformam suas casas em pequenos botecos, servindo coquetéis diferentes ou até mesmo limonada (com vodka). E se a fome apertar, tem várias barraquinhas servindo de tudo um pouco. E não pense que são só sanduiches e salgados rápidos. Eles servem refeições completas, arroz com frango e milho (receita Jamaicana), macarrão etc.

O resultado disso tudo foi algo que nunca vi igual. Me senti andando numa piscina de lixo. A quantidade de lixo nas ruas era impressionante. E as pessoas pareciam nem se importar, saiam andando e tomando sua cerveja ou comendo seu frango, e jogando em qualquer lugar os restos de suas comidas, seus pratos e seus copos, latas e garrafas.

As pilhas de lixo se acumulavam em postes, árvores, calçadas; até o telefone público virou depósito de lixo. Fiquei impressionada como ninguém ligava para aquela sujeira absurda; andavam chutando ou passando por cima. Talvez porque a maioria das pessoas já estivessem bêbadas. Mas falta respeito com o próximo; é muito egoísmo. As pessoas querem se ver livres dos seus problemas e não se importam com as consequências de suas ações. Num evento com milhares de pessoas, onde a maioria são jovens, parece que a educação e a etiqueta foram deixadas de lado e substituídas por uma atitude de ogros na floresta de pedra. E o governo não ajuda muito, pois sabendo de uma festa como esta deveria disponibilizar um maior número de lixeiras públicos.

Agora imaginem o que acontece depois de tanta bebida e a necessidade de ir no banheiro com tanta gente junta. As filas dos banheiros públicos eram gigantes. Ainda que o pessoal esperava na fila, sem grandes confusões. Haviam moradores das casas da região que, para ganhar um dinheirinho, alugavam seus banheiros, cobrando uma taxa por pessoa. Outros, mais apressadinhos, simplesmente faziam suas necessidades em cantinhos das ruas.

Muitos bares do bairro fechavam suas portas e colocavam tábuas nas suas fachadas para proteger seus estabelecimentos de toda essa bagunça.

O policiamento era intenso; policiais em todas as ruas. Mas mesmo estando em Londres, não significa que estará sempre seguro. Andando no meio da multidão, vimos alguns policiais correndo até conseguirem prender uma ladra. Uma mulher, provavelmente do leste europeu (parecida com uma cigana) que aparentava uns 40 anos, foi pega por eles, e quando eles abriram a bolsa, começaram a tirar celulares e carteiras que ela já havia roubado.

O Carnaval de Notting Hill existe desde 1966, sendo um dos maiores festivais de rua do mundo. Com certeza ele já foi um grande festival. Mas porque transformar uma festa popular tão tradicional em algo tão desorganizado e insustentável? Talvez seja um grito inconsciente de liberdade dos jovens num momento de festa sem restrições. Mas com tudo que vem acontecendo com nosso Planeta, são estes mesmos jovens que precisam mudar e agir de forma diferente. Não são exemplos como estes que queremos ver no futuro.

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Na Suíça, “on va sortir”!

Você já ouviu dizer que o suíço é um povo mais frio e fechado? Pois é, eles mesmos reconhecem isso e ainda criam formas criativas para lidar com isso.

Participamos de um piquenique com churrasco na beira do lago, com mais de 25 pessoas onde a maioria nem se conheciam. Todas essas pessoas são cadastradas em um site que chama-se “on va sortir – OVS”. É uma rede social utilizada para criar eventos e convidar as pessoas para sair nos mais diferentes passeios. Você cria seu evento e pode chamar primeiro os seus amigos e depois abrir para o público em geral.

O legal é que muita gente usa esse site simplesmente para procurar algo para fazer quando não se tem nada planejado. É muito comum participar de eventos onde você não conhece as pessoas que organizam. E não pensem que isso é para jovens, pois a maioria que se cadastra neste site são solteiros de meia idade, divorciados ou estrangeiros.

Fomos ao tal piquenique a convite da tia do Mauricio que mora aqui e adoramos participar do passeio. Diferente do Brasil, o piquenique com churrasco aconteceu no final do dia, às 18h00 (e começa pontualmente, não pode atrasar). Todas as pessoas chegam super equipadas; teve gente que trouxe até mesa desmontável, churrasqueira portátil, alguns trazem seus pratos e talheres indidividuais.

Como era no final da tarde, o evento começou com o aperitivo. Muito vinho com petiscos diversos, batatinha, linguicinha, presunto di parma, queijos, a tradicional baguete e tortas. Depois vem as saladas e comidas frias. O pessoal prepara comidas mais elaboradas; não são sanduiches como estamos acostumados no Brasil. Cada um traz algum prato e compartilha com todos. Mas quando chega a hora de fazer o churrasco, cada um tem sua carne, literalmente, o seu bife. O costume é cada um levar o que gosta de comer e pronto, assim não há desperdício e todos ficam satisfeitos.

Foi muito divertido conhecer pessoas diferentes. Tinha gente de vários países que atualmente moram na Suíça. Eram casais, solteiros, namorados, paqueras de tudo um pouco. As pessoas que participam de eventos como este estão interessadas principalmente em conversar e interagir com outras pessoas, sem segundas intenções, o que torna tudo extremamente agradável. Não é que esse site funciona muito bem?!

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Os Castellers – Castelos humanos

Uma tradição cultural da Catalunha, os castellers é o nome dado ao grupo de pessoas que realizam construções humanas parecidas com castelos. Em catalão, castells é possível traduzir como “castelheiros”, em inglês são chamados de “human towers”. Em 2010 foram declarados patrimônio da humanidade pela UNESCO. (http://www.unesco.org/culture/ich/index.php?RL=00364)

Acompanhando a programação da Festa Gràcia em Barcelona, pudemos conferir de perto a apresentação de diversos grupos de castellers. O pequeno espaço da Praça de la Villa ficou pequeno para a multidão que aguardava os acrobatas, se é que podemos assim chamá-los.

É um evento para toda família, até porque os castellers tem as mais diferentes idades. É uma reunião de famílias que treinam seus filhos desde pequenos para aprenderem como subir na torre. Eles começam formando a base geralmente com os homens mais fortes, que se reúnem no formato de um círculo grande que serve como escada para quem vai subir e compor os andares do castelo e também de “colchão” para dar segurança durante a desmontagem da torre.

A torre só estará concluída quando uma criança subir até o topo e saudar para a multidão. Antes de começar a formação da torre, eles se preparam, concentrados, amarrando um tecido preto cumprido na cintura dando diversas voltas e apertando bem forte para não soltar, como um cinto bem grosso. Observando a formação do castelo, pude notar que este tecido tem várias utilidades. Uma delas é segurar as roupas de cada casteller, uma vez que seus troncos servem como escadas para alcançar níveis mais altos, e a outra é que como o tecido é grosso, as crianças usam este cinto como um degrau para facilitar sua subida.

Após a formação da base e do primeiro andar da torre, começa uma música para animar a multidão a torcer pela conclusão do castelo. Quando a pequena criança sobe no nível mais alto da torre, a multidão vibra e aplaude, mas os castellers continuam concentrados para que a descida também seja feita de forma segura e bem organizada.

Um dos grupos mais tradicionais e vencedores de vários concursos locais, os Castellers de La Vila de Gràcia, bateu seu recorde fazendo um castelo de 6 andares. Deu um frio na barriga só de presenciar a torre crescendo até não caber nem no enquadramento da máquina fotográfica! Mas tudo ocorreu bem e o castelo foi montado e desmontado com sucesso, e a plateia foi ao delírio e comemorou junto com o grupo. De arrepiar!

Se quiser conhecer mais sobre os Castellers e essa tradição da Catalunha, seguem alguns sites interessantes:

http://www.cvg.cat/

http://www.castellersdebarcelona.cat/international/what-exactly-are-castells-or-human-towers/

http://barcelona.de/en/barcelona-castellers-human-towers.html

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